quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Recital Poético, Juvenal Miller




Rio Grande, 20 de outubro de 2010. Quarta-Feira.

    Vem sido realizado anualmente o recital poético, cada ano aborda um tema, ou um poeta em especial ou atéuma junção deles. Os alunos dos segundos & terceiros anos são convidados a participar e o mesmo fica a critério de cada um.
     Durante um mês os alunos são ensaiados rigorosamente para que qualquer falha seja corrigida, contando então com as professoras do instituto Juvenal Miller, no meu caso à Sandra Piccioni.

    Este ano foi  uma homenagem foi feita à 30 anos da morte de Vinicius de Moraes, e contamos com alguns poemas, tais como: Dialética; Ausência; O Desespero da Piedade; Pela luz dos olhos teus; Pátria Minha; O poeta e a Rosa; Poema enjoadinho; Bomba átomica; entre outros...
E no meu caso: Um beijo



Um minuto o nosso beijo
Um só minuto; no entanto
Nesse minuto de beijo
Quantos segundos de espanto!
Quantas mães e esposas loucas
Pelo drama de um momento
Quantos milhares de bocas
Uivando de sofrimento!
Quantas crianças nascendo
Para morrer em seguida
Quanta carne se rompendo
Quanta morte pela vida!
Quantos adeuses efêmeros
Tornados o último adeus
Quantas tíbias, quantos fêmures
Quanta loucura de Deus!
Que mundo de mal-amadas
Com as esperanças perdidas
Que cardume de afogadas
Que pomar de suicidas!
Que mar de entranhas correndo
De corpos desfalecidos
Que choque de trens horrendo
Quantos mortos e feridos!
Que dízima de doentes
Recebendo a extrema-unção
Quanto sangue derramado
Dentro do meu coração!
Quanto cadáver sozinho
Em mesa de necrotério
Quanta morte sem carinho
Quanto canhenho funéreo!
Que plantel de prisioneiros
Tendo as unhas arrancadas
Quantos beijos derradeiros
Quantos mortos nas estradas!
Que safra de uxoricidas
A bala, a punhal, a mão
Quantas mulheres batidas
Quantos dentes pelo chão!
Que monte de nascituros
Atirados nos baldios
Quantos fetos nos monturos
Quanta placenta nos rios!
Quantos mortos pela frente
Quantos mortos à traição
Quantos mortos de repente
Quantos mortos sem razão!
Quanto câncer sub-reptício
Cujo amanhã será tarde
Quanta tara, quanto vício
Quanto enfarte do miocárdio
Quanto medo, quanto pranto
Quanta paixão, quanto luto!...
Tudo isso pelo encanto
Desse beijo de um minuto:
Desse beijo de um minuto
Mas que cria, em seu transporte
De um minuto, a eternidade
E a vida, de tanta morte.


Tudo aconteceu no tempo certo, perfeitamente bem, foi um ótima noite!
Ano passado eu já havia participado com o poema A CATEDRAL-ALPHONSUS DE GUIMARÃES; com um outro grupo e correu tudo maravilhoso também.



Como este ano eu estou saindo da escola organizei então uma pequena homenagem para minha professora, por ela ter acreditado potêncial decada um, e acima de tudo para que os terceiros anos possam se despedir em grande estilo. Todos deram uma rosa vermelha à ela, e entregamos um poema do Vinicius, Coisa mais linda, com a assinatura de todos pra que ela possa lembrar desse ano sempre, e dos seus mais MARAVILHOSOS ALUNOS!


Coisa mais bonita é você,
Assim,
Justinho você
Eu juro,eu não sei porque você
Você é mais bonita que a flor,
Quem dera,
A primavera da flor
Tivesse todo esse aroma de beleza que é o amor
Perfumando a natureza,
Numa forma de mulher
Porque tão linda assim não existe a flor
Nem mesmo a cor não existe
E o amor
Nem mesmo o amor existe
Porque tão linda assim não existe
A flor
Nem mesmo a cor não existe
E o amor,
Nem mesmo o amor existe ♪

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